Padre de Divinópolis ironiza febre do bebê reborn: não batizo

Minas Gerais
Por -17/05/2025, às 10H07maio 19th, 2025
bebê reborn
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em tom de brincadeira, padre Chrystian Shankar nega realizar ritos religiosos para brinquedos; Projeto de lei proíbe atendimento no SUS a bebê reborn

O padre Chrystian Shankar, de Divinópolis e com mais de 3,7 milhões de seguidores, viralizou nesta sexta-feira (16/5), ao publicar uma nota de esclarecimento bem-humorada nas redes sociais. Em tom de crítica e ironia, o religioso comentou a crescente procura por rituais religiosos voltados ao bebê reborn — boneca de brinquedo que imita com perfeição bebês reais.

Conforme a nota, o padre nega estar realizando batizados, catequeses, missas de primeira comunhão ou até mesmo orações de libertação para essas bonecas que podem custar até R$ 9.500.

“Não estou realizando batizados para bonecas reborn recém-nascidas. Nem atendendo mães de boneca reborn que buscam por catequese. Nnem celebrando missa de primeira comunhão para crianças reborn. Nem oração de libertação para bebê possuído por um espírito reborn”, postou.

De forma espirituosa, ele ainda afirma que também não celebra missas de sétimo dia “para reborn que arriou a bateria”.

A mensagem, que mistura humor e alerta, destaca que esse tipo de demanda deve ser encaminhado a profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras. “Em último caso, ao fabricante da boneca”, completa o padre em sua publicação.

Febre do bebê reborn: padre não batiza

Embora o texto seja claramente uma brincadeira, ele também levanta uma reflexão sobre os limites entre o afeto simbólico e a perda de contato com a realidade. Afinal, o próprio Shankar já é conhecido por usar o bom humor em suas homilias e comunicações para tratar de temas sensíveis, o que ajuda a criar empatia com fiéis e internautas.

Recentemente, em Minas Gerais, uma mulher chegou a levar um bebê reborn a um posto de saúde alegando que o boneco estava com febre. O caso chamou a atenção do deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL). Ele apresentou um projeto de lei para proibir tentativas de atendimento médico a esses simulacros.

O texto prevê multas de até dez vezes o valor do serviço hospitalar utilizado indevidamente. Conforme o parlamentar, esse tipo de atitude pode colocar vidas reais em risco. Assim, desviando o foco de equipes médicas enquanto um paciente grave espera por socorro.

Outros projetos

No dia 7 maio, os vereadores do Rio de Janeiro aprovaram um projeto de lei para a criação do Dia da Cegonha Reborn. A proposta visa homenagear as artesãs que fabricam as bonecas. E, agora há além da proposta de Minas Gerais, outros dois PLs, protocolados por deputados estaduais contrários à ideia.

O primeiro PL é do Rio de Janeiro, de número 5327/2025. Ele prevê um programa de assistência à saúde mental de pessoas que demonstram vínculo paterno ou materno com os bebês reborn. O segundo protocolado é o de Minas Gerais.

Em seguida, houve a elaboração em Goiás do PL 2320/2025, cujo objetivo é proibir o uso de bebês reborn em filas para garantir atendimento prioritário em órgãs públicos.Isso, conforme o texto, sob pena de multa de até R$ 30.000.

Origem do bebê reborn

Os brinquedos, que chamam atenção por detalhes como pele macia, veias aparentes, rugas, olhos expressivos e até cabelos implantados fio a fio, ganharam popularidade nas redes sociais nos últimos anos, mas sua origem é bem mais antiga.

A ideia das bonecas reborn surgiu durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945), período marcado pela escassez de recursos na Europa. Diante da dificuldade de encontrar brinquedos, mães e artesãs aram a modificar bonecas comuns, com o objetivo de deixá-las mais realistas e expressivas para as crianças da época.