Minas intensifica ações contra gripe aviária e garante segurança no consumo de aves

Minas Gerais
Por -28/05/2025, às 16H40maio 28th, 2025
Governo de Minas
(Divulgação/Gil Leonardi)

Caso foi registrado em ave de vida livre na Grande BH e não afeta a produção comercial. Consumo de frango e ovos segue seguro, segundo autoridades

O Governo de Minas Gerais está adotando medidas rigorosas para conter a disseminação da gripe aviária no estado. A decisão foi tomada após a confirmação de um caso da doença em uma ave ornamental, de vida livre, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Apesar do ocorrido, as autoridades garantem que não há impacto na produção comercial e que o consumo de carne de frango e ovos permanece seguro.

O anúncio foi feito durante uma coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, dia (28), quando representantes da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) esclareceram detalhes sobre a situação. Segundo eles, a decretação da Situação de Emergência Sanitária Animal, feita ontem, foi uma medida preventiva, essencial para acelerar ações de monitoramento e controle.

De acordo com Luiza Castro, diretora-geral do IMA, a identificação do caso demonstra a eficácia do sistema de vigilância do estado, principalmente considerando que se trata de uma ave de vida livre, cuja detecção é naturalmente mais complexa. Assim que houve a confirmação, foram imediatamente implementadas ações sanitárias no local para impedir a propagação do vírus.

Além disso, o secretário adjunto da Seapa, João Ricardo Albanez, enfatizou que o foco das ações está em proteger as aves comerciais. “Nosso trabalho é assegurar que essa circulação viral não chegue às granjas. A defesa agropecuária já possui uma rotina robusta de rastreio e vigilância, o que nos dá muita confiança de que a produção avícola mineira segue protegida”, destacou.

Dentre as medidas anunciadas estão o reforço da biosseguridade nas granjas comerciais, a intensificação da vigilância em propriedades classificadas como de risco, bem como o cadastro e a vistoria de criatórios de subsistência. Paralelamente, estão sendo realizadas ações de educação sanitária para produtores e comunidades rurais.

Vale ressaltar que, conforme Albanez, a avicultura mineira vem, inclusive, registrando crescimento. Nos primeiros quatro meses de 2025, houve um aumento de mais de 10% no volume de exportações de aves, totalizando 26 mil toneladas. Esse desempenho reflete, segundo ele, a confiança internacional na qualidade e segurança da produção do estado.

Não é a primeira vez que Minas enfrenta um episódio relacionado à influenza aviária. Em 2023, um pato de vida livre foi diagnosticado com um tipo de gripe aviária de baixa patogenicidade, sem riscos significativos à saúde humana. Desde então, os órgãos de defesa sanitária mantêm monitoramento constante, sobretudo após o aumento da circulação viral observado na América do Sul desde 2018.

Por outro lado, as autoridades reforçam que o consumo de carne de frango e ovos continua sendo absolutamente seguro. A secretária adjunta de Saúde de Minas Gerais, Poliana Cardoso Lopes, explicou que a doença não é transmitida por meio de alimentos devidamente cozidos. “O contágio ocorre exclusivamente por contato direto com aves infectadas. Portanto, não há nenhum risco associado ao consumo desses produtos”, garantiu.

Embora a transmissão para humanos seja considerada rara, ela pode ocorrer em casos de exposição prolongada a aves doentes, especialmente em indivíduos com baixa imunidade. Por esse motivo, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é obrigatório para trabalhadores que atuam diretamente no manejo das aves.

Por fim, as autoridades alertam a população sobre a importância de não tocar em aves mortas ou com comportamento suspeito. Nestes casos, a recomendação é comunicar imediatamente o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) ou a Emater, colaborando assim para o fortalecimento da vigilância sanitária no estado.