Na última quinta-feira (08), o mundo voltou-se para uma cena que raramente ocorre na história: a eleição de um novo papa. Seja qual for a religião, ou mesmo sem ela, é inegável a importância da Igreja Católica para o mundo – pela influência de líderes comprometidos com a humanidade e por seus inúmeros trabalhos sociais pelo mundo. O escolhido, surpreendentemente, foi o cardeal estadunidense Robert Francis Prevost, que também é cidadão peruano – eleito com mais de 100 dos 133 cardeais do conclave. Com 20 anos de atuação na diocese de Chiclayo, o novo papa conhece bem a América Latina e, curiosamente, já esteve até em Minas Gerais.
O cardeal Prevost, agora Papa Leão XIV, assume um desafio imenso: lutar pela paz mundial, especialmente na Ucrânia e em Gaza; defender os países pobres num contexto de cada vez mais globalização e individualismo; e suceder o papa Francisco, cujo legado é um dos mais marcantes da humanidade. Em seu primeiro discurso, Leão XIV, emocionou o mundo ao citar em duas oportunidades o Papa Francisco, afirmando que daria continuidade ao seu pontificado. No entanto, a frase que mais se destacou foi: “Deus nos ama, o mal não prevalecerá”, mais um símbolo de que o seu pontificado será por todos, pela união dos povos, pela dignidade mundial.
Leão XIV: Em um só, nós somos um
No segundo dia de pontificado, o Vaticano apresentou o brasão de Leão XIV com seu lema “In Illo uno unum”, que significa “Em um só, nós somos um” e remete aos ensinamentos de Santo Agostinho, de cuja ordem o pontífice faz parte. Estes posicionamentos do novo papa são alívio para o mundo que sonha com o fim dos genocídios e da violência, que milhões saiam da miséria e da pobreza extrema, que a Igreja acolha a todos e espalhe a misericórdia divina, que os preconceitos sejam anulados e que nos reconheçamos num só povo. E o papa tem um papel crucial no que se refere à influência sobre os líderes mundiais.
Já não bastasse a emoção por haver um novo líder religioso pacífico e harmonioso, no terceiro dia de pontificado, Leão XIV nos surpreendeu mais uma vez e visitou o túmulo do papa Francisco, na Basílica de Santa Maria Maggiore. Orou e depositou uma flor sobre sua lápide. É a expressão máxima da humildade cristã, pela continuidade de um belo trabalho. Leão XIV escolheu esse nome em homenagem a Leão XIII, líder da Igreja entre 1878 e 1903, e que conduziu importantes reformas na Igreja, além de lutar por salários dignos para os trabalhadores durante a Revolução Industrial.
Tenho a certeza de que Leão XIV será um excelente papa. Prevost não era favorito no conclave e, mesmo assim, foi escolhido em tempo relativamente curto. Os desafios são grandes, mas se o bom Pastor o escolheu para guiar seu rebanho, dará a ele, junto à intercessão de Francisco, a força e a capacitação necessárias. Somos todos um. Que sejam tempos de paz!
*Laiz Soares escreve semanalmente neste espaço.
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