Jovem mineira diz ser astronauta, mas informações são desmentidas por Nasa e universidades

Minas Gerais
Por -11/06/2025, às 14H09junho 11th, 2025
Astronauta

Titans Space não tem licença para voos espaciais, e jovem não aparece em registros oficiais da Nasa, UFMG ou Columbia

A mineira Laysa Peixoto, de 22 anos, natural de Contagem (MG), ganhou repercussão nacional na última semana ao afirmar nas redes sociais que foi selecionada para se tornar “astronauta de carreira”, e que participaria de uma missão espacial em 2029. Segundo ela, seria a primeira brasileira a ir ao espaço, através da empresa privada Titans Space. No entanto, apuração do portal G1 revela uma série de inconsistências nas declarações da jovem.

Embora Laysa alegue fazer parte da turma de astronautas de 2025, a agência espacial norte-americana (Nasa) informou que ela não faz parte do processo de formação. Além disso, que não recebeu qualquer treinamento oficial da entidade. Ainda de acordo com a Nasa, o processo seletivo exige, entre outros critérios, mestrado em áreas tecnológicas. Outra exigência: no mínimo dois anos de experiência profissional e ao menos 1.000 horas de voo como piloto. Requisitos que não constam nos registros públicos da jovem.

Além disso, Laysa já afirmou ser estudante da UFMG. Mais recentemente, mestranda em Aplicação de Computação e Física Quântica na Universidade Columbia, em Nova York. Contudo, a UFMG esclareceu que houve o desligamento da jovem do curso de Física após não se matricular no segundo semestre de 2023. Já a Universidade Columbia informou não encontrar nenhum registro em nome dela nos cursos da instituição.

Apesar das declarações de Laysa, a Titans Space, empresa com a qual ela afirma estar vinculada, não tem autorização da FAA (istração Federal da Aviação dos Estados Unidos) para realizar voos espaciais tripulados. Embora a companhia tenha confirmado a seleção da jovem, seu nome não consta entre os anunciados no site oficial como parte da equipe de astronautas da missão de 2029. A empresa atua no segmento de “turismo espacial” com pacotes que partem de US$ 1 milhão.