Reconhecimento internacional encerra ciclo de 65 anos de vacinação e abre portas para novos mercados
O Brasil recebeu, nesta quinta-feira (29/05), durante a 92ª Sessão Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris, o certificado de país livre de febre aftosa sem vacinação. Esse reconhecimento histórico marca o fim de mais de seis décadas de campanhas de imunização e reforça o compromisso do país e, consequentemente, de Minas Gerais com a sanidade animal e a qualidade dos alimentos produzidos.
De acordo com Antônio de Salvo, presidente do Sistema Faemg Senar, o novo status sanitário representa uma transformação significativa para a pecuária brasileira. “Foram mais de 65 anos de trabalho com vacinação, controle rigoroso e investimentos na defesa sanitária. A febre aftosa, embora não ofereça risco à saúde humana, sempre foi uma barreira sanitária que impactava diretamente a pecuária e, além disso, comprometia a credibilidade dos produtos brasileiros no mercado internacional”, pontua.
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- Brasil livre de febre aftosa sem vacinação
Ele reforça que o avanço é fruto de um esforço coletivo envolvendo produtores, órgãos públicos e instituições do setor. “O trabalho do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), do Ministério da Agricultura e dos produtores rurais, que colaboraram através da Guia de Trânsito Animal (GTA), foi essencial para manter o sistema de defesa sanitária em funcionamento”, completa.
Minas Gerais teve papel estratégico no processo
Segundo Altino Rodrigues, gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg Senar, Minas Gerais enfrentou desafios peculiares durante o processo de controle da doença. O estado possuía dois circuitos pecuários distintos centro-oeste e leste, o que exigiu, na época, a implantação de cerca de 40 barreiras sanitárias para impedir o trânsito de animais entre essas regiões.
“Era uma medida necessária, embora tenha gerado resistência e preocupação entre os produtores. Contudo, a separação dos circuitos foi fundamental para garantir o avanço sanitário, tanto para Minas quanto para o restante do país”, explica Altino, que também representou o Sistema Faemg Senar no fórum mundial.
Novas oportunidades para o setor agropecuário
O certificado não apenas representa um marco sanitário, mas também abre portas para mercados internacionais altamente exigentes, como Japão e Coreia do Sul, que só comercializam produtos de países livres de febre aftosa sem vacinação. Além disso, o reconhecimento proporciona benefícios econômicos diretos, como a redução dos custos operacionais com vacinação, a simplificação no manejo dos rebanhos e, consequentemente, a valorização da carne bovina, suína e de outros produtos pecuários brasileiros no comércio global.
Diferente de outros países, o Brasil conseguiu erradicar a febre aftosa de forma gradual e eficiente, sem recorrer ao sacrifício de animais.